Os Estados Unidos e o Reino Unido optaram por não participar num acordo internacional sobre inteligência artificial (IA), uma decisão que levanta questões sobre a cooperação global na regulamentação da IA. Esta recusa, motivada por diferenças de abordagens e preocupações com a soberania nacional, pode dificultar os esforços para estabelecer normas internacionais para o desenvolvimento e utilização da IA. Este artigo examina as razões para esta recusa, as implicações para a governação global da IA e as perspetivas de cooperação futura.
As razões da recusa americana e britânica
As razões precisas para a recusa dos EUA e do Reino Unido em assinar um acordo internacional sobre a IA não são totalmente claras, mas podem ser apresentados vários factores. Em primeiro lugar, os EUA e o Reino Unido podem preferir uma abordagem regulamentar mais flexível e menos onerosa, o que lhes permitiria adaptar-se rapidamente aos desenvolvimentos tecnológicos. Um acordo internacional pode ser visto como demasiado rígido e susceptível de dificultar a inovação.
Em segundo lugar, os EUA e o Reino Unido poderão querer manter a autonomia na política de IA, de forma a proteger os seus interesses nacionais e a preservar a sua competitividade nesta área estratégica. Um acordo internacional poderia ser visto como um ataque à sua soberania e um risco de perda de controlo sobre o desenvolvimento da IA. Por último, as diferenças de opinião sobre as prioridades e os valores a ter em conta na regulamentação da IA podem também explicar esta recusa.
Implicações para a governação global da IA
A recusa dos Estados Unidos e do Reino Unido em assinar um acordo internacional sobre a IA poderá ter implicações significativas na governação global desta tecnologia. Sem a adesão destes dois países, será mais difícil estabelecer normas internacionais eficazes e amplamente aceites. Isto poderá levar a uma fragmentação da regulamentação da IA, com diferentes abordagens em diferentes regiões do mundo.
Esta fragmentação pode criar barreiras ao comércio e à cooperação internacional no domínio da IA. Além disso, pode dificultar o combate ao uso indevido da IA, como a desinformação, a vigilância em massa e as armas autónomas. Por conseguinte, é essencial que os Estados Unidos, o Reino Unido e outros países continuem a envolver-se e a procurar um ponto em comum para promover uma governação responsável e coordenada da IA.