Enquanto o Reino Unido tenta se recuperar dos impactos econômicos da pandemia e do Brexit, o novo governo trabalhista de Keir Starmer enfrenta um desafio importante: o défice orçamental do país excedeu as previsões para os primeiros quatro meses do exercício fiscal em curso. Esta situação coloca uma pressão considerável sobre o primeiro-ministro para aumentar os impostos ou reduzir as despesas, a fim de restabelecer o equilíbrio das finanças públicas.
Um Déficit Orçamental Maior do que o Previsto
De acordo com os números oficiais, o déficit orçamentário atingiu £ 51,4 bilhões ($ 66,9 bilhões) – 4,8 bilhões a mais do que o previsto pelo Office for Budget Responsibility em março. Julho, um dos meses mais importantes em termos de receitas fiscais, chegou a ter um défice do Tesouro superior ao previsto, que se elevou a 3,1 mil milhões de libras. Ao mesmo tempo, a dívida nacional manteve-se em níveis mais elevados desde o início da década de 1960, representando 99,4% do PIB.
As opções do governo para reduzir o déficit
Face a esta situação, o governo Starmer dispõe de duas alavancas principais para reduzir o défice orçamental: aumentar os impostos ou reduzir as despesas públicas. No entanto, cada uma destas opções apresenta desafios políticos e económicos significativos. Um aumento dos impostos poderia gerar receitas adicionais para o governo, mas poderia afetar o consumo das famílias e o investimento empresarial, travando a recuperação económica.
Além disso, tal medida seria impopular entre o eleitorado, que colocou o Labour no poder na esperança de uma redução da pressão fiscal. Inversamente, uma redução das despesas públicas permitiria libertar margens de manobra orçamental, mas exigiria fazer escolhas dolorosas em matéria de programas sociais, de investimentos ou de remunerações dos funcionários públicos. Também neste caso, o impacto económico e social de tal política poderia ser importante.