A Reserva Federal dos EUA (Fed) anunciou recentemente que tinha registado perdas históricas de cerca de 1 bilião de dólares, uma situação sem precedentes. Este anúncio levanta questões cruciais sobre o futuro do dólar americano, a moeda de reserva mundial, e o impacto que poderá ter na economia global. Neste artigo, analisamos as razões destas perdas, as suas implicações para o dólar e o papel crescente dos BRICS no panorama monetário internacional.
As causas das perdas da Reserva Federal
As perdas da Reserva Federal são principalmente atribuíveis às subidas das taxas de juro que introduziu para combater a inflação galopante. Ao aumentar as taxas, a Reserva Federal teve de pagar juros mais elevados sobre as reservas bancárias e os títulos que detém, o que reduziu consideravelmente os seus lucros. Em 2023, a Fed registou juros de 281 mil milhões de dólares, um montante muito superior ao do ano anterior.
Além disso, a Fed teve de se confrontar com uma depreciação da sua carteira de activos, em particular das obrigações do Tesouro. À medida que o mercado obrigacionista se tornou mais volátil, o valor destes activos caiu, aumentando as perdas do banco central. Esta situação evidencia os desafios que a Fed enfrenta num ambiente económico incerto, em que as decisões de política monetária têm um impacto direto nas suas finanças.
As implicações para o dólar americano
A perda de 1 bilião de dólares pela Fed poderá ter consequências significativas para o dólar americano. Historicamente, o dólar tem sido visto como um porto seguro, sustentado pela estabilidade da economia dos EUA e pela confiança dos investidores. No entanto, estas perdas podem minar esta confiança e levar alguns países a diversificar as suas reservas de divisas.
Os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) já estão a tentar reduzir a sua dependência do dólar. Ao ponderarem a criação de uma moeda alternativa, estes países podem potencialmente desestabilizar a posição do dólar como principal moeda de reserva mundial. Se esta tendência se mantiver, poderá levar a uma redução da procura do dólar, afectando o seu poder de compra e o seu valor nos mercados internacionais.