A criptomoeda Monero (XMR), com foco na privacidade, caiu para mínimos de cinco meses após o anúncio da Binance de sua próxima retirada da plataforma. Esta decisão pode marcar, segundo alguns observadores da indústria, o início de um declínio gradual para a Binance, que já foi uma gigante das exchanges de criptomoedas.
Uma decisão com múltiplas repercussões
Em 20 de fevereiro de 2024, a Binance deixará de listar o Monero, junto com outros tokens como Aragon (ANT), Multichain (MULTI) e Vai (VAI). Todas as ordens de negociação envolvendo Monero, contra Bitcoin (BTC), Ether (ETH), Tether (USDT) e a moeda nativa da Binance, BNB (BNB), serão automaticamente canceladas após o término da negociação desses pares.
O anúncio da Binance especifica que os saques desses tokens não serão mais possíveis após 20 de maio de 2024. Uma conversão em stablecoins será oferecida aos usuários após esta data, mas não é garantida. A decisão de remover o XMR é motivada por vários fatores, incluindo a contribuição para um ecossistema criptográfico sustentável e saudável, bem como a capacidade de resposta às solicitações periódicas de due diligence da Binance.
Uma rápida queda no preço do Monero
Após este anúncio, o preço do Monero reagiu imediatamente, registando uma queda significativa. Em 6 de fevereiro de 2024, às 9h21 UTC, o XMR atingiu um mínimo de US$ 136 na Binance, perdendo quase 19% de seu valor em apenas algumas horas. Embora tenha sido observada uma ligeira recuperação, com o Monero sendo negociado a US$ 140,30 no momento em que este artigo foi escrito, esse declínio representa um mínimo não visto desde meados de setembro de 2023.
O contexto geral das exclusões do Monero
Binance não é a única plataforma a retirar o Monero da lista. No final de 2023, a exchange de criptomoedas OKX também anunciou a exclusão do Monero e de outra criptomoeda com foco na privacidade, Zcash (ZEC), em 5 de janeiro de 2024. A Binance já havia considerado a exclusão de todos os tokens de privacidade em países como França e Itália em maio de 2023, antes revertendo sua decisão em junho de 2023.
As implicações para Binance
Esta série de retiradas surge num contexto difícil para a Binance, que continua a enfrentar pressão dos reguladores globais. Apesar da confissão de culpa do ex-CEO da Binance, Changpeng Zhao, em um tribunal dos EUA por violar as leis contra lavagem de dinheiro e sanções em 2023, a bolsa enfrenta proibições de operar em estados como Flórida e Alasca.
A sentença de Zhao, prevista para 23 de fevereiro de 2024, pode chegar a 18 meses de prisão. Esses eventos destacam um momento potencialmente divisor de águas para a Binance, que já foi um dos pilares da exchange de criptomoedas.
Conclusão: Um futuro incerto
O anúncio da retirada do Monero pela Binance, aliado à situação jurídica da empresa, levanta questões sobre o futuro da plataforma e das criptomoedas com foco na privacidade. Embora alguns vejam isso como um prenúncio da “lenta agonia da Binance”, outros veem isso como uma oportunidade para reconfigurar o cenário criptográfico, onde a privacidade e a conformidade regulatória continuarão a desempenhar um papel central.